O “Sonho” de Shakespeare interpretado pelos nossos finalistas

Foi num Auditório Fernando Pessa sem cadeiras vazias que, nos dias 9 e 10 de janeiro, os alunos finalistas do curso de Interpretação subiram a palco para dar vida ao “Sonho de uma Noite de Verão”, de William Shakespeare. A escolha desta peça foi justificada por Cristina Cavalinhos, coordenadora do projeto, pela “necessidade de dar aos alunos a interpretação de um clássico”.

A atmosfera da sala de teatro uniu atores e plateia entre a comédia e a tragédia de um ensaio teatral que não foi a primeira interpretação de Shakespeare para muitos dos alunos. Ashley Muchanga, um dos intérpretes que já havia dado voz ao dramaturgo inglês fez, desta vez, de Demétrio e considerou ter aprendido bastante com a experiência, realçando que o mais difícil durante a preparação foi “perceber a personagem e o texto”.

Sob a maturidade que a vivência de um clássico alberga, Ianiza Omar, outra das atrizes que encarnou a voz de Shakespeare, relatou que não foi fácil engrandecer uma personagem que é pequena no seu ponto de partida. Entre risos, a aluna confessou que viveu um momento “especial” por ter sido a última vez que atuou com os colegas, já que no futuro quer deixar os palcos para trás e seguir a área da Moda.

Por outro lado, Iara Santos, ou melhor, Titânia, rainha das fadas, falou da vontade de seguir uma carreira como atriz: “Quero seguir a área e esta peça foi importante porque nunca tinha feito comédia”, vincou, antes de referir o que sentiu diante das especificidades deste género teatral: “Foi difícil erguer uma personagem seca numa peça feita para rir”, disse.

No cômputo geral, os atores mostraram-se felizes com o resultado da peça, sendo notório o à-vontade com que se dispuseram em cima do palco desde a abertura das cortinas.

E se no eco das palavras dos atores estiveram sempre os risos, os suspiros e as aflições de um público mergulhado nos amores e desamores da história de um sonho de verão, a atriz e encenadora Cristina Cavalinhos mostrou-se orgulhosa com as atuações e destacou a relevância de aprender a “dizer” Shakespeare. Por fim, a coordenadora considerou que “a prática das competências técnicas, como a projeção vocal,” é um dado importante neste estágio de consolidação e aprendizagem.