Diário de Bordo #7
Sejam bem-vindos à última edição do meu diário de bordo.
Já não vos peço para ativarem o sininho porque provavelmente já não vão receber mais notificações da minha experiência Erasmus. Mas ao menos peço-vos para subscreverem e a meta de hoje é chegarmos aos 110 mil milhões de likes. Muito louco, malta, mas nós vamos conseguir!
Como é que vocês estão? Bem? Ainda bem! Eu estou ótimo, neste momento estou a regressar de Barcelona para Zaragoza enquanto vos escrevo – a cereja do topo do bolo desta maravilhosa estadia de 3 meses.
Estas duas semanas foram sem dúvida as mais atribuladas. Com mais emoções, mais viagens, mais despedidas e as mais cansativas…. Entre outros muitos mais…
Eu e o David fomos ao teatro principal de Zaragoza, sítio que superou as minhas expectativas. O espaço onde são apresentados os espetáculos é enorme e uma das coisas mais bonitas que eu já vi. A estrutura, a iluminação, os detalhes dos balcões acima da plateia. Tudo lindo, parecia que estava num filme.
Decidi ver uma adaptação de um filme de drama/thriller para um espetáculo de comédia, “39 Escalones, Una Comedia de Muerte”. Ao início, pensei que não iria conseguir perceber nada daquilo que estava prestes a assistir e que só ouviria um monte de “BLA BLA BLAS”. Mas, no final das contas, parece que já posso pôr no meu currículo que falo espanhol. É claro que não percebo tudo ao detalhe, mas consigo perceber o início, meio e fim. Já o resto, preenche-se pelos entretantos. Gostei imenso da forma como foi encenada a peça. Gostei da forma como as trocas de cenário eram tão bem integradas na própria peça, porque dava ainda mais jogo de cena, o que é uma coisa um bocado rara de acontecer no teatro. A forma como jogavam com as luzes para indicar ou destacar algo, faziam tão bem este jogo entre as luzes e a sonoplastia que chegava a ter imensa piada, porque cada iluminação dava um estímulo diferente nas atuações dos atores, tal como os sons. Mas gostei principalmente de ver as atuações e, como aqui em Espanha o processo de trabalho parece ser diferente daquilo que vi em Portugal, gostei imenso do facto dos espanhóis fazerem personagens mais caricaturais e mais carregadas e acho que funcionou bastante bem nesta peça. Ver um espetáculo da minha área noutro país foi mesmo uma experiência enriquecedora.
No estágio tenho continuado a desenvolver uma pequena cena teatral, com algumas técnicas que o Toño me ensinou. Tenho também ajudado o Toño a limpar o jardim e a deitar fora as quantidades de lixo acumuladas ao longo do tempo devido às obras.
Nestas últimas semanas, eu e o David, fizemos as nossas tão aclamadas viagens. Começámos por ir a Madrid, onde explorámos o máximo que pudemos, até não conseguir andar mais. Estivemos na Plaza Mayor, na Gran Vía, no Parque El Retiro, no Museo del Prado porque somos pessoas de uma intelectualidade bastante elevada que gostam de manter os seus níveis culturais acima da média, e também a um jardim botânico, a uma igreja católica, entre muitos outros. Reencontrei-me com o Sérgio e com o seu irmão gémeo, estivemos a explorar ainda mais a cidade e os arredores. Eles mostraram-me o estádio Santiago Bernabéu e ao Templo Debod. Foi muito bom voltar a reencontrar-me com eles. Sinto que criámos mesmo laços muito bonitos que resultaram de uma despedida difícil.
Celebrámos o aniversário do David com a Marta, uma amiga dela e uma amiga que veio de propósito a Madrid só para celebrar esta data tão especial do David. Surpreendi o David levando à meia-noite em ponto um bolo para cantarmos os parabéns ao nosso menino de ouro. E para tornar ainda mais especial o dia dele, dei lhe uma almofada super fofa personalizada com a minha cara. Eu sei! Eu sei! Eu sou o melhor amigo que alguém poderia ter.
Para além de termos ido a Madrid, decidimos ir aos seus rivais… Barcelona…
Em Barcelona, vivemos as aventuras mais intensas de toda a nossa jornada. Acho que este foi o pico de emoções de toda esta viagem. Tive a minha primeira experiência num hotel de uma estrela… Aquilo é o sítio mais manhoso de sempre. Ao início, tivemos muita dificuldade em adaptar-nos áquilo tudo, mas felizmente sobrevivemos ao gnomo do nosso quarto que estava constantemente a olhar para nós. Fomos ao MACBA, o museu mais traumatizante onde eu alguma vez tive. Eu até podia contar o que é que há lá dentro, no entanto não conto porque sei que tenho leitores menores de 14 anos. A única coisa que foi mais agradável de ver foi um dos meus professores de interpretação da escola, o ator Vicente Wallenstein. Mas não foi presencialmente, o meu professor é um ator tão bom, mas tão bom que ele está lá exposto num vídeo do museu! Professor se estiver a ver isto, mando lhe muitos beijinhos aí para casa!! Visitámos também a Catedral de Barcelona, na qual é nos dada a oportunidade de ir para o telhado ver a vista lá de cima. Fomos a uma casa assombrada, ainda mais assustadora que o nosso hotel de 1 estrela. Foi uma experiência cheia de adrenalina, acho que eu e o David nunca tivéramos tão agarrados como tivemos neste momento. Aquilo era tão intenso que os atores naquela escuridão imensa e naquele labirinto interminável tiraram um dos meus sapatos. Sim, porque o que era ainda mais assustador é que os atores nos tocavam e estavam sempre a aparecer do nada. Eu tive sempre de ir à frente, porque o David estava mesmo cheio de medo, quase a morrer de ataque cardíaco e, no final das contas, alguém tem de ser o homem da relação. Para desanuviar daquela intensa experiência queríamos ir aos Bunkers del Carmel, no caminho passamos por uma parada LGBT. Eles estavam todos em camiões a viajar pela cidade, a ouvir músicas, a dançar, a atirar confettis, a divertirem-se imenso a expressarem a sua liberdade.
Visitámos a Sagrada Família, uma catedral enorme que faz-me admirar e questionar os nossos antepassados. Como é que eles sem as tecnologias que temos nos dias de hoje fizeram uma catedral daquela imensidade? E para terminar as nossas viagens em grande, fomos ao Parque Güell, que tinha estruturas admiráveis de azulejos.
Foram mesmo os dias mais atribulados de toda a nossa experiência. Acho que era esta a única maneira de terminar um dos melhores 3 meses da minha vida. Obrigado a todos os meus leitores fiéis que me acompanharam até aqui, sem vocês não sei o que seria de mim. Vou ter saudades vossas, meus fãs!!
Muchas gracias!! Buenas nochesss!!! Adiós Cariño!!!!! 😘😘
Diário de Bordo #6
Mais um diário de bordo… o penúltimo…
Agora é aquela parte lamechas na qual eu começo a ficar cada vez mais nostálgico do que uma criança que volta a brincar com um brinquedo que já não usava há muito tempo e a dizer principalmente que vou ter imensas saudades de estar aqui.
É inegável esta passagem constante do tempo, onde nós que estamos nesta jornada Erasmus não temos controlo nenhum pelo tempo que nos passa a correr. Claro que este facto se deve a alguma razão, é por estarmos a aproveitar o momento ao máximo e estarmos a vivenciar recordações intemporais.
À parte de já estar a começar a sentir-me nostálgico, estas duas semanas foram as semanas de despedidas. Comecei por me despedir do meu grande amigo Sérgio. Despedida que resultou num beijo de uma majestosa vespa que me deixou com os lábios mais sebosos que os da Kim Kardashian. Eu e o David fomos passear a novos sítios com ele. Deparámo-nos com as vistas mais bonitas e com as várias risadas que a nossa amizade gerou. Isto foi uma despedida entre “aspas”, porque tecnicamente vamos a Madrid e o Sérgio vai estar lá para ser o nosso guia turístico… Mas vocês perceberam a ideia.
Despedimo-nos da Lara indo a uma piscina pública, desta vez não foi a do meu chefe. Gostei imenso de ir à piscina com o David, a Lara e as amigas dela. Já sentia falta de dar umas braçadas a sério e de exibir o meu lindo físico de um metro e setenta. Depois da piscina, precisávamos mesmo de voltar a ganhar as calorias que perdemos, então fomos ao Carl`s Jr, um restaurante que sem dúvida também deveria existir em Portugal.
No trabalho, o Toño (o meu chefe), sugeriu eu escrever, encenar e atuar a minha primeira cena utilizando a técnica de clown. Já escrevi mais ou menos a cena que em princípio irei fazer e tenho a dizer que estou super entusiasmado para começar a encená-la e praticá-la. Agora sim já têm razão se me chamarem de palhaço. Desculpem, esta foi muito má, até eu reconheci.
A residência, outrora estava repleta de todos os tipos de espanhóis, agora já não tem 1 único com quem possa treinar os meus dotes fenomenais linguísticos. Houve momentos em que parecia que eu e o David tínhamos comprado a residência só para nós. Até eventualmente aparecerem alunos de Erasmus de outros países, que nos possibilitou conhecer muitas mais pessoas com experiências e culturas completamente diferentes. Infelizmente alguns deles não falam inglês, o que torna um bocado difícil comunicar com eles. Com alguns já cheguei mesmo a falar em linguagem gestual, com mímica, tipo aqueles jogos de quem sou eu.
Saí, como sempre, com o meu mano de coração, David Castilho. E numa das nossas inúmeras saídas, tivemos uma noite de pizzas na qual decidimos comê-las num dos nossos parques favoritos. E nessa mesma noite fizemos, subitamente, mais duas amigas portuguesas. E o que é mais engraçado é que a maioria dos portugueses que estão cá, pelo menos todos aqueles que conhecemos, são todos da região do norte de Portugal. E é de louvar o sotaque deles, é mesmo o que torna a nossa língua portuguesa muito única.
Após a longa noite de pizzas com as recém amigas que acabáramos de fazer, tínhamos de acordar muito cedo porque no dia seguinte tínhamos agendado ir ao “Monasterio de Piedra”. Um sítio com as cascatas e grutas mais bonitas que alguma vez vi. Foi muito bom, é um dos melhores sítios para nos reconectarmos com a Natureza.
Muito obrigado, mais uma vez, pela vossa preciosa atenção!
Apreciem porque, daqui a pouco, não há mais. Este já é o penúltimo…
Diário de Bordo #5
Indivíduos e indivíduas, estamos todos reunidos aqui, a testemunhar mais um relatório esplêndido do aluno mais atraente, intelectual e extremamente confiante… João Casado.
Tenho de admitir que estas foram as semanas, até agora, mais calmas, visto que me apliquei principalmente aos exames que tenho de fazer para entrar na faculdade.
À parte dos exames maçadores que tive de fazer, aproveitei mais uma vez o tempo que estou aqui em Erasmus. Começo por relatar um acontecimento que considero poucos estagiários terem na sua empresa. Experiência que vivenciei após um dia de trabalho árduo e exaustivo foi ir à piscina da casa do meu chefe, com o meu chefe e alguns dos meus colegas de trabalho. Sim, meus amigos, foi mesmo isso que ouviram. O meu chefe é tão fixe que até vou à piscina com ele!
Aproveitei e fui ao maior oceanário de Zaragoza com o meu prodigioso amigo David Castilho. O oceanário era enorme, com vários tipos de animais aquáticos e alguns terrestres também. Infelizmente não deu para afogar o David porque as águas dos diferentes aquários que vimos estavam sempre enclausuradas com peixes lá dentro. Por isso, tive pena dos peixes e não afoguei o David. O oceanário surpreendeu-nos bastante, uma vez que além de peixes dentro dos aquários, dava também a possibilidade de as pessoas irem lá para dentro de um aquário e nadarem com os peixes. Achei um conceito inovador, prendeu-nos ainda mais a nossa atenção, gostaria muito de um dia experimentar.
Conheci e fiz novos amigos polacos e italianos. É por isto que gosto tanto desta experiência Erasmus, e uma das razões é esta possibilidade de conhecer várias pessoas de sítios diferentes. E é muito bom fazer este tipo de amizades, pois se um dia for ao país destes meus amigos, posso sempre encontrar-me com eles e eles serem os meus guias turísticos.
Entretanto, eu e o David, planeámos ir a Madrid no aniversário dele, o que vai ser muito gratificante conhecer cada vez mais sítios aqui em Espanha. Também pensámos ir a Barcelona, queríamos estrear a praia de lá devido a este calor imenso. E fazer ainda mais viagens, se der claro.
Gracias pela vossa atenção!!! 🙏🏼
Diário de Bordo #4
Mais um relatório. Por favor, desliguem os vossos dispositivos móveis ou então atirem-nos pela janela mais próxima. Obrigado e aproveitem mais uma entrada no meu diário de bordo. (Aplausos)
Já estamos a metade desta experiência inesquecível Erasmus+.
Receio ter de dizer isto, mas parece-me que os 3 meses aqui em Espanha vão saber-me a pouco.
Continuo a explorar tudo em Zaragoza e arredores.
Fui a Alloza com a minha empresa, ajudar a apresentar um espetáculo infantil. Ajudei a montar os cenários e a gravar algumas partes do espetáculo para depois ser publicitado noutras ocasiões. Sinto que estou cada vez a dar-me melhor com os colegas da minha companhia, visto que até jogamos ténis de mesa todos juntos nos tempos livres. É só pena continuarem a ser raras as ocasiões onde temos espetáculos e/ou apresentações.
Eu e o David fomos outra vez ao maior centro comercial de Espanha, mas desta vez estivemos a explorá-lo do início ao fim. Fomos a várias lojas de roupa, explorar o que o mercado espanhol tinha para nos oferecer. Eu, indivíduo que gosta de ver tudo e mais alguma coisa nas lojas. David, sujeito que crê os centros comerciais serem um movimento capitalista do estado e que não devemos ser consumidores. Uma dupla improvável, mas inseparável.
Após tantas reclamações do David, que tanto queria ir para o salão de jogos, ele não conseguiu resistir às “tentações capitalistas” do centro comercial e comprou uma camisola. Ironicamente eu é que estava à procura de algo e não comprei nada.
Agora, sim, fomos finalmente ao salão de jogos. Jogámos tudo aquilo que tínhamos direito, desde bowling até mini golf. E foi aqui que conheci o lado sombrio de David Castilho, que desconhecera até este dia… O lado viciado em apostas de “casino”. Em cada máquina que jogávamos saía tickets para depois trocarmos por prémios. O David quando soube disto, ficou maluco, fez de tudo para conseguirmos ter o máximo de tickets possível. Estava tão sedento por tickets, que chegou a apostar dinheiro numas máquinas para dar ainda mais do que aquilo que já tínhamos. No final das contas, fomos à falência, mas valeu a pena porque ficámos com uns prémios muito fixes, e assim já temos recordações destes momentos memoráveis que estamos aqui a viver em Zaragoza. Conseguimos uma bola de praia, um avião de esferovite e dois carrinhos.
Cortei o cabelo. Estava com um bocado de medo porque devemos ser fiéis aos nossos barbeiros, mas neste caso não fui porque estou noutro país, por isso creio que o meu barbeiro de Portugal não vai ficar com ciúmes e decerto irá compreender a situação.
Vi um filme de terror com uns amigos. Todos os filmes que passam aqui estão todos dobrados, o que até tem o seu sentido. Só que, para mim, espectador de fora, um mero filme de terror torna-se no melhor filme de terror, porque aquilo fica genial, é pura comédia. Nas partes que são supostamente mais assustadoras, os atores têm uma voz espanhola dessincronizada por cima dos intérpretes que estão a atuar no filme. Ainda tenho de me habituar a esta ideia das dobragens, mas é sem dúvida interessante.
E para terminar em grande…
GANHÁÁÁÁÁÁMOSSSSSSSS!!!!!! CAMPEÕES DA NATIONS LEAGUE!!! MUITOS PARABÉNS PORTUGAL!!!!! Que orgulho da nossa seleção portuguesa, foi um jogo renhido, mas merecido. E foi mesmo muito giro ver o jogo com os nossos “adversários”. Felizmente os espanhóis com quem fui ver o jogo eram muito “chulos” e tinham um grande fair play. Houve um que inclusive disse: “Se é para perder com alguém, ao menos que seja com Portugal, os nossos irmãos”.
Despeço-me mais uma vez de vocês… Ainda tinha mais coisas para contar, se quiserem ver têm de aderir ao Diário de Bordo Premium da EPI, com pagamento mensal.
Buenas nochessssss😘
Diário de Bordo #3
Um mês, check.
Sinto que já estou cada vez mais habituado a esta rotina aqui em Zaragoza. Que já estou tão enturmado com as pessoas de cá, com os costumes, que até posso dizer com toda a franqueza que faço parte das 681 430 pessoas que aqui residem.
Estabeleci um vasto grupo de amigos aqui na cidade, cada dia que passa conheço uma pessoa nova. Conheci o Sérgio, um grande amigo aqui em Espanha. Posso dizer que já tenho um melhor amigo espanhol. Eu e o David, já nos fartámos de sair com ele e com um grande grupo de espanhóis que aqui conhecemos. As pessoas aqui são bastante carinhosas e acolhedoras, o que me faz cada vez mais sentir integrado nesta cidade.
Tenho-me dado muito bem com os meus colegas de trabalho, sinto que já faço parte da família Cirteani. É um ambiente de trabalho, onde sem dúvida me sinto confortável de estar, onde considero estar a criar uma ótima relação com os meus colegas de trabalho. No entanto, ultimamente tenho feito mais trabalhos como carpinteiro, porque estamos numa época de reconstrução do espaço. Se a vossa casa precisar de umas obras, já sabem quem chamar.
Fui também à festa de anos do Toño, o meu chefe, onde pude confraternizar com os meus colegas de trabalho e ouvir uma banda, que são amigos do Toño. Foi muito engraçado conhecer os amigos do Toño. Parecia um daqueles reencontros de pessoas que já não se veem desde os seus tempos de faculdade, e é muito bonito que tenham conseguido manter essas amizades que já duram há anos.
Eu e o David, visitámos vários parques que pareciam que não tinham fim, andámos sem exageros quilómetros e mesmo assim sinto que ainda tínhamos muito mais para ver naqueles parques lindíssimos. Conhecemos o maior centro comercial aqui em Espanha, considerado um dos maiores da Europa. Fomos ao cinema apoiar Portugal na Eurovisão. Infelizmente, não ficámos num lugar muito bom, mas foi uma nova experiência porque não fazia ideia de que eventos assim deste género estavam nos cinemas. Havia lá, também, no centro comercial, um salão de jogos enorme que definitivamente iremos lá no futuro.
Fui a alguns eventos e festas, a malta aqui é mesmo muito divertida, sabem mesmo como organizar festas fixes. O David fartou-se de dançar nessas festas depois de muita insistência minha, porque ao início estava um bocado envergonhado.
E pronto, mais um diário de bordo feito!!! Espero que esteja tudo bem com vocês!!!
Y muchos besos!
Diário de Bordo #2
As primeiras semanas já foram… E foram mesmo num instante. Sinceramente, estou com um bocado de medo que o tempo continue a passardesta maneira, porque estou mesmo a adorar esta experiência Erasmus+. Já fizemos imensas coisas só nestas primeiras 3 semanas.
Numa sexta-feira à noite, na qual eu e o David considerávamos ser mais uma noite tranquila de snooker, em que ele me dava uma abada (porque só aprendi a jogar snooker nesta viagem); eu ficava mal-humorado pela infeliz derrota; e ele a esfregar-me a vitória na cara. O David, desesperado pela vitória, foi buscar o taco de snooker. Enquanto isso, fiquei à espera, sozinho, no salão de jogos. Até que me deparei com o grupo de estudantes mais improvável que alguma vez poderia existir. Mal sabia eu, que estava prestes a conhecer um grupo de estudantes Erasmus que me vai marcar para a vida toda. Intrigado com a estranheza deste grupo, de diferentes idades e de pessoas completamente distintas, decidi meter-me com eles. A conversa fluiu de tal maneira que este grupo me fez o convite derradeiro da amizade, jogar UNO com eles. Este grupo foi mesmo um dos melhores grupos de Erasmus que alguma vez conheci, talvez por terem sido os primeiros, mas isso não interessa agora. Parecia que já nos tínhamos conhecido antes porque num espaço tão curto de tempo construímos amizades muito bonitas. Eu e o David gostámos tanto deste grupo, que chegámos a tirar várias horas de sono só para estarmos com eles. Especialmente o David, ele chegou a não dormir, porque sentiu borboletas na barriga por uma aluna deste grupo, e até hoje ainda sente, ele não pára de dizer “Conheci o amor da minha vida, mano, nem tens noção. Vou ficar aqui a viver em Espanha para sempre!” …Enfim, também conheci uma miúda muito especial, mas infelizmente tínhamos idades diferentes. Eu tentei dizer lhe que a idade é só um número, mas não fui bem-sucedido, porque ela tem 28. Infelizmente este grupo já se foi embora, foi um daqueles grupos Erasmus que só tem estadia de 1 semana no país para onde vai.
Encontrámos alguns portugueses aqui em Espanha, a Lara e o Rui. É sempre bom podermos falar a nossa língua materna de vez em quando, às vezes fico um bocadinho farto de falar inglês e hablar um portunhol muy manhoso.
A primeira semana de trabalho começou logo por ser muito intensa. Fiquei quase todos os dias a trabalhar pelo menos 12 horas por dia. Porque nessa mesma semana tivemos várias apresentações sábado e domingo. E como sou um ótimo estagiário e futuro profissional, decidi ficar lá a ajudar em tudo aquilo que podia, até não aguentar mais. Ajudei a limpar e organizar o espaço onde o público se sentou; montei os cenários das diversas apresentações; ajudei a fazer refeições para os meus colegas de trabalho; e gravei algumas partes das apresentações.
Entretanto, surgiu um dilema entre mim e o David. O dilema do refeitório. Na nossa residência existe um refeitório, na qual podemos comprar refeições, e essas refeições são a um preço bastante acessível e que vale a pena, ainda por cima, ao contrário de quase todos os refeitórios que frequentei ,a comida é boa e variada. No entanto, o David não quer ir ao refeitório, porque diz que quer ser independente e fazer a sua própria comida. Compreendo totalmente aquilo que ele diz, mas, para mim é uma bênção existir um refeitório neste momento da minha vida, porque assim tenho muito mais tempo para estudar para os meus exames e para fazer a minha candidatura para a faculdade. Eu já fiz a minha candidatura para a faculdade, porém, ainda tenho de fazer algumas provas para além dos exames de português e inglês, nos quais tenho andado aqui a estudar em Zaragoza. Tenho de fazer provas de interpretação, de voz, de movimento e preparar-me para a entrevista de cultura geral. E só assim consigo entrar na faculdade, por isso ainda tenho muito que estudar.
À parte do nosso dilema, estou mesmo muito feliz por ter ficado a brincar aos adultos com o David, não consigo imaginar-me com outra pessoa nesta experiência única. Ele é mesmo uma pessoa com quem eu sei que posso contar para tudo, posso mesmo dizer que ele é uma das minhas maiores forças enquanto estou aqui em Erasmus. Compreendemo-nos muito bem, e já nos temos fartado de rir com os nossos desenrascanços, como: quando fomos lavar pela primeira vez a roupa, porque não percebíamos nada daquelas máquinas de lavar confusas; e as primeiras refeições que fizemos, que às vezes davam para o queimado. Por falar em David, já lhe consegui ganhar no snooker, foi mesmo épico, o aluno (eu) vencer o mestre (David). Foi muito bom finalmente saborear a vitória.
No meu estágio também tive a oportunidade de participar numa aula de improvisação. Foi uma experiência mesmo gratificante para mim, porque pude assistir e improvisar junto a alguns profissionais da área. Senti-me mesmo integrado com os restantes participantes.
Agora escrevo isto no fim de semana da entrega do 2º diário de bordo com uma visita muito especial e inesperada. A minha mãe veio visitar-me aqui a Zaragoza! Eu sei que não se passou assim tanto tempo desde que cheguei, mas já estava a morrer de saudades da minha família, e já deu para matar alguma dessa saudade. Foi mesmo muito bom ter passado este fim de semana com a minha mãe. Mostrei-lhe tudo aquilo que já conhecia: os sítios mais bonitos, paisagens e os melhores restaurantes. Como também conheci novos lugares com ela. Fomos também a dois museus. Ao “Museo Del Teatro” e ao “Palácio da Aljafería”. Adorei estar com a minha mãe, já tinha saudades de passar este tempo entre mãe e filho. Obrigado, mãe! Por me teres feito esta visita tão especial! És incrível!
E pronto, assim termino mais um diário de bordo. Até à próxima Guapitos!
Diário de Bordo #1
A minha ânsia finalmente acabou. Já estou cá, para aquilo que tanto esperava e tanto sonhava! O tempo passa mesmo muito rápido, parece que foi ontem que me candidatei para ir de Erasmus.
Zaragoza é muito bonita e até agora está a exceder as minhas expectativas, com as suas paisagens e monumentos. É uma cidade calma, mas ao mesmo tempo com muito movimento, vê-se muita gente nas ruas e nas zonas de restauração e a maioria são residentes de cá, é muito raro encontrar um turista estrangeiro.
Cheguei no dia 23 de abril de 2025 e escrevo isto no dia 27 de abril de 2025.
Posso dizer que já me sinto preparado para esta jornada Erasmus, onde sei que irei crescer imenso.
No entanto, nestes primeiros dias, ainda estou a sentir algumas dificuldades, são muitas responsabilidades ao mesmo tempo, mas sei que é uma questão de tempo até me adaptar.
Cozinhei com o meu colega David, por enquanto ele vai ser o nosso chefe e eu o aprendiz dele, acho que somos uma muito boa equipa. Fiquei mesmo muito feliz de ter ficado com ele neste programa Erasmus acho que nos estamos a entender mesmo bem.
Tem sido um bocadinho difícil comunicar com os residentes de Espanha, infelizmente são muito poucos aqueles que falam inglês, os restantes só falam espanhol. Por isso, é um pouco frustrante para mim comunicar às vezes com os residentes, visto que só sei um espanhol muito básico e manhoso. Eu consigo compreender aquilo que eles dizem, mas eles ainda não compreendem muito bem aquilo que eu digo. Vai ser bom porque assim sou tecnicamente “obrigado” a aprender espanhol, e é sempre bom saber falar outra língua. Por agora temos estado mais com colegas de outros países que também estão cá na residência.
Conheci também o meu novo ambiente de trabalho, pessoas muito amigáveis, que me receberam de uma forma bastante acolhedora e já sei aquilo que vou fazer. Vamos começar logo com muito trabalho, porque para a semana vamos estrear. Obviamente não irei atuar, mas irei dar sugestões, ajudar a montar os cenários e ajudar em tudo aquilo que for preciso.
Estou muito feliz por aquilo que o futuro guarda!
Adiós! 😋