Diário de Bordo #7
Este é o último diário de bordo escrito em Praga.
Há pouco tempo, a única coisa que queria era voltar para Portugal, não aguentava mais a chuva, o templo nublado e a frieza daqui mas agora estou dividida. Conheci pessoas que deixaram este lugar mais agradável e, infelizmente, não as posso levar comigo para Portugal.
Já me despedi de algumas delas e foi mais difícil do que achei que seria. Estou grata pelo facto de voltar e ter memórias que partilhei com elas.
Consegui visitar lugares fora de Praga. Tenho que admitir que têm um charme muito diferente – passam uma sensação de calma e tranquilidade que foi necessário para a tempestade de emoções que vem com a despedida.
Fechei projetos na empresa, com os quais aprendi imenso e foi uma grande jornada para os acabar. Conheci melhor novos estagiários e é uma pena não ter mais tempo para os conhecer melhor, mas estou grata pelo tempo que estive aqui e espero que o regresso não seja muito difícil.
Diário de Bordo #6
Este é o penúltimo diário de bordo e, apesar de só terem passado 2 semanas desde o último, consegui aprender coisas novas, como combater os meus medos com ajuda dos meus amigos, mais especificamente ligar-lhes quase a chorar porque havia uma melga gigantesca no meu quarto. Considerei ignorá-lo e dormir na cozinha, mas não foi preciso.
Aprendi a cozinhar melhor, pois decidi fazer receitas mais complexas, mas sempre com coisas baratas.
O nosso colega de Budapeste veio visitar-nos e , graças a ele, consegui ver algumas coisas que ainda não tinha visto e tive uma desculpa para ir a um brunch incrível.
Claro que estas semanas não foram só sair, também aprendi coisas novas no estágio, como quando me pediram para fazer algo que nunca sequer tinha feito antes, mas depois de uns tutoriais e muita tentativa e erro, cheguei lá.
Conheci pessoas novas porque chegaram mais estagiários. Tenho ido almoçar com eles todos os dias e o que não falta é tema de conversa.
Espero que continue assim.
Falta pouco, mas vou continuar a aproveitar.
Já estou com saudades de Portugal, mas sinto que vou ter saudades daqui também.
Diário de Bordo #5
Já só falta cerca de um mês para acabar e tenho que ser honesta, já estou a sentir a dificuldade de ir embora e tenho de admitir que não é pelo país. Pode ser mau de se dizer, mas não é uma cidade do meu gosto, mas as pessoas são.
Ainda falta um mês e já sinto que vai ser difícil despedir-me mas ainda tenho tempo, por isso não vou pensar muito nisso.
A minha família visitar-me vi ainda mais vistas lindas e comi comida muito boa. Uma dica – se alguém for a praga, vão ao restaurante alforno focacceria, melhor massa que já comi.
No trabalho já tive de me despedir de alguns colegas que, como eu, só estavam a estagiar, mas coisas boas também aconteceram, consegui um projeto importante na empresa mesmo na minha área e estou a adorar fazê-lo.
Só falta dois diários de bordo por escrever por isso estou entusiasmada sobre o que vou ter para escrever neles.
Diário de Bordo #4
Já passou mais um pouco e acho que estou finalmente a habituar-me a este lugar. Já consigo responder coisas básicas em checo sem me baralhar e quase que já não preciso de usar Google maps.
O trabalho continua interessante e estou quase a acabar um dos meus projetos que, com ajuda dos meus colegas, está a ficar bastante bom.
A semana passada consegui ir até Berlim com os meus colegas de Budapeste.
Tirando a exaustão da viagem, gostei bastante. Vimos vários monumentos e lugares conhecidos, mas o lugar que mais gostei foi uma pequena feira que encontrámos no meio das ruas de Berlim, foi lá que realmente senti que estávamos em Berlim.
Por enquanto não tenho mais o que dizer, além que está a ser uma ótima experiência e, apesar de que ainda faltar para acabar, queria que fosse mais tempo.
Diário de Bordo #3
Já se passou um mês desde que chegámos a Praga. O tempo está finalmente a aquecer. Vi vistas lindas e fiquei a conhecer mais pessoas — algumas delas apresentaram-me música checa, comida e costumes. Em troca, espalhei um pouco da cultura portuguesa.
Tive a oportunidade de viajar para Linz, na Áustria, com um amigo. Lá, conheci ainda mais pessoas locais com os mesmos interesses, que me ensinaram muita coisa. Quase ganhei um mini torneio, mas perdi na final. Tive de andar muitas horas de autocarro, mas valeu a pena ir até lá.
Habituei-me às pessoas no trabalho e acredito que já estou até a fazer amigos por lá. O que não falta aqui são pessoas simpáticas que querem conhecer melhor outras culturas.
Claro que também têm havido desafios — como ficar sem bateria e perder-me, confiar cegamente no meu sentido de orientação ou estar constantemente a perder os elétricos.
Mas isso não é nada comparado com as aventuras que estou a ter. Conhecer tantas pessoas diferentes e criar conexões… tenho de dizer que essa tem sido, sem dúvida, a melhor parte.
Diário de Bordo #2
Já passaram 2 semanas desde que chegámos a Praga. Logo no meu primeiro dia de trabalho fiquei a conhecer as pessoas e eram todas simpáticas, queridas e até calorosas, em contraste com o tempo que voltou a esfriar.
Mesmo com o tempo frio e chuvoso, consegui visitar vários museus graças ao meu trabalho que me mandou numa busca. Aprendi muitas coisas e consegui usá-las para o meu projeto.
Nos tempos livres, visitámos o zoo, onde vimos várias espécies, andámos muito, muito mesmo e fomos num teleférico da morte pois até a pequena corrente na cadeira que prendia à frente, soltava-se, mas não vou mentir – foi eficaz para chegar ao topo do zoo.
Fui também a um evento onde conheci pessoas novas com os mesmos interesses que eu, mesmo com uma barreira de linguagem conseguíamos entender-nos pelos gostos em comum.
Passeámos muito e vimos vistas lindíssimas, tão lindas que me estão a fazer apaixonar pela cidade.
Acho que, com o passar do tempo, vou-me apaixonar ainda mais.
Diário de Bordo #1
Ainda não passou muito tempo desde que cheguei a Praga, mas vou contar o que aconteceu até agora.
Passei do tempo quente e ensolarado de Portugal para um tempo chuvoso e nublado aqui em Praga.
O primeiro desafio foi carregar as malas até o apartamento – 4 lances de escadas – e depois entender como se fechava a porta e encontrar um restaurante aberto. Tivemos sucesso em ambas as coisas.
Passámos o dia seguinte a lutar contra a chuva para ver a cidade e levar as compras para casa. Vimos bastantes coisas mas sinto que ainda falta muito mais.
Depois veio o sol e aproveitámos para ir ao parque, onde havia flores e pavões a andar por lá.
Está a ser uma jornada interessante até agora, e espero que assim continue .